No dia 28 de abril de 2025, o Parque Tecnológico da UFRJ foi palco do curso “Energia Nuclear no Mar: Viabilidade e Normas para SMRs Embarcados”, reunindo especialistas da indústria, academia, Marinha e órgãos reguladores para debater os Pequenos Reatores Modulares (SMRs) em aplicações marítimas. O evento discutiu os avanços tecnológicos, os desafios técnicos e as questões regulatórias envolvendo essa tecnologia estratégica para a segurança nacional e a transição energética.
A abertura contou com figuras importantes do setor, como a professora Inayá Lima, organizadora do evento, o deputado Júlio Lopes, representantes da Marinha e líderes de instituições como ABEN, NUCLEP, SBPR, ABDAN e Petrobras.
A programação técnica começou às 10h com a palestra de Wagner Victer, da Petrobras, que abordou o panorama de pesquisas e aplicações dos SMRs na indústria, os desafios para sua implementação e a visão estratégica da empresa. Às 10h40, o professor Aquilino Senra Martinez, da UFRJ, apresentou os fundamentos técnicos dos reatores embarcados e sua viabilidade para uso offshore, apontando os ganhos para setores estratégicos.
Entre os destaques do evento, o Laboratório de Simulação e Métodos em Engenharia (LASME), representado pelo professor Su Jian teve participação central no painel “Panorama dos SMRs: Tecnologias Viáveis” das 11h20, ao apresentar uma análise crítica e realista sobre a viabilidade dos SMRs. Embora tenha reconhecido a segurança e a viabilidade técnica dos reatores existentes, Su Jian enfatizou que o maior desafio está na viabilidade prática, especialmente no custo. Com declarações incisivas como “a questão final vai ser o custo” e “se for muito elevado, a sociedade e empresas como a Petrobras não vão adotar”, ele alertou que mesmo projetos tecnicamente sólidos podem ser inviabilizados economicamente.
Su Jian também destacou que, dos mais de 100 projetos de SMRs em desenvolvimento no mundo, poucos devem ser concretizados, alinhando-se à visão do professor Aquilino de que menos de 10% tendem a se materializar. Em sua fala final, defendeu que o Brasil deve seguir um caminho pragmático, aproveitando os avanços já conquistados e focando na redução de custos e no aprimoramento gradual da tecnologia: “O Brasil tem que aproveitar o que já foi feito, vai melhorar.”
No período da tarde, a partir das 14h30, as discussões se voltaram para os aspectos regulatórios. Thaís Santos abriu o ciclo com uma palestra sobre licenciamento de reatores embarcados, destacando as diferenças em relação às usinas terrestres. Em seguida, Luis Carlos Machado apresentou os desafios na aplicação de salvaguardas, propondo adaptações normativas para o contexto marítimo.
O curso foi encerrado às 16h com um painel moderado pelo vice-almirante Guilherme Dionizio Alves, reunindo especialistas para debater caminhos regulatórios e estratégias de licenciamento de SMRs embarcados no Brasil, com ampla participação do público.
Confira a participação do LASME, com Professor Su Jian no painel "Panorama dos SMRs: Tecnologias Viáveis":
Assista a partir de 01:55:00 na gravação da transmissão ao vivo do curso AQUI!